Quem é bem vinda?

A circulação na Feira é aberta para todas as pessoas. Para expor banca e propor atividades são bem vindas todas que se considerem feministas e não sejam pessoas que foram designadas homens ao nascer e continuem vivendo e se identificando dessa forma. Consideramos que diferentes concepções de feminismos são bem vindas e necessárias para contemplar nossas diferentes vivências. Cada atividade terá seu nível de exclusividade definida por quem a propõe, portanto podem haver atividades exclusivas por gênero, sexualidade e raça, e estes espaços devem ser respeitados. Convidamos todas as presentes a que coletivamente acolham e dêem apoio em situações em que alguém se sinta ameaçada, coagida, em risco ou oprimida.

feirapoaa

Traz tuas propostas!

A construção da 1ª Feira do Livro Feminista e Autônoma surge da vontade de criar espaços pra trocar, difundir, semear e resgatar conhecimentos e histórias protagonizadas por mulheres. Por isso, fazemos um convite aberto a todas as mulheres interessadas em somar com intervenções literárias, sonoras, orais, poéticas, teatrais, visuais…

Traz tua proposta de bate-papo, oficina, filme, debate ou seja qual for a tua ideia pra colaborar com a FLIFEA, levando em consideração que nos propomos a construir um espaço onde todo feminismo seja respeitado e todas as mulheres tenham visibilidade, caminhando na direção contrária das armadilhas capitalistas e Estatais que nos cercam.

cartazflifeacatharine.redimensionado

Algumas referências

Durante o processo de construção do texto de apresentação da feira nos deparamos com a necessidade de ir atrás de materiais e referências para embasar a escrita. Nesta busca surgiram alguns materiais muito interessantes que queremos compartilhar.

Um dos primeiros textos foi uma entrevista com Silvia Federici sobre o livro Caliban y la Bruja (infelizmente sem tradução para o português) que nos inspirou a trazer a imagem da bruxa para compor a temática da feira. Neste livro ela refuta a ideia de que o capitalismo foi uma evolução natural do sistema feudal da idade média e argumenta que ele foi uma contra revolução, uma forma de conter as revoltas populares e camponesas da época. Sendo que a Inquisição e a caça às bruxas serviram para reprimir as revoltas e garantir a ascensão do capitalismo¹. A figura da bruxa perseguida pela inquisição não era a velha na floresta que sabia de plantas, mas qualquer uma que atrapalhasse a nova ordem social: invalidas, loucas, indigentes, parteiras, viúvas, prostitutas, rebeldes, lésbicas, mulheres com sexualidades diversa… Repressão essa que a autora argumenta ter visto acontecer no processo colonizador da Nigéria na década de 80 e que acontece sistematicamente em qualquer país até hoje, só que com outras roupagens. Há estimativas de que mais gente morreu nos últimos anos na África em consequência da caça às bruxas, do que em toda a Europa, alguns séculos atrás. E no Brasil, país com grandes marcas da escravidão, que culturas, religiões,  pessoas e povos são perseguidas sobre a figura de bruxa, bruxaria?

Encontramos também o Manual da Inquisição, documento que compila a argumentação e procedimentos de julgamento e punição – pra quem tiver estomago forte e quiser ler. Os mecanismos que foram usados na Inquisição são os mesmos mecanismos utilizados até hoje, eles são a base do sistema judiciário brasileiro.  Este outro material é uma lista de nomes de famílias e pessoas perseguidas pela inquisição em Portugal e no Brasil.

Dentro dessas várias referências de textos, encontramos na figura bruxa uma forma de discutir feminismo diretamente ligado a questões de autonomia e resistência.

Chamada de cartazes

A divulgação da 1ª Feira do Livro Feminista e Autônoma de Porto Alegre, assim como toda sua construção, está aberta para receber colaborações de todas aquelas que se sentirem chamadas a somar nesse processo. Estão todas convidadas para criar, compartilhar sua arte e ajudar a convocar outras para este encontro que vai rolar do dia 30 de outubro ao 2 de novembro de 2015!

Mande sua arte!

Se for possível em formato png ou jpeg (pensando em impressão de cartaz em tamaho A3)

chamada cartaz